fbpx
O BEM-ESTAR PSICOLÓGICO DE CADA PESSOA FAZ PARTE DO DIREITO À SAÚDE AJUDE-NOS A ESPALHAR

A "sorte" da tragédia: o paradoxo traumático do requerente de asilo

Nestes grandes tempos migração, fala-se muito em desembarques, números, dinheiro gasto emboas-vindas. Muito pouco é dito sobre suas histórias, o motivo que os levou a vir aqui e o drama que eles trazem quando chegam. Esse drama, por sua vez, é a única ferramenta para obter reconhecimento internacional de proteção em nosso país. Quanto mais profundo, mais sério e trágico for esse drama, maior será a probabilidade de sua aplicação ser aceita.

Il requerente de asilo ele é obrigado a explicar as razões de sua fuga perante uma Comissão Territorial que examina a veracidade de sua história e o quanto ela é mais ou menos traumática. Quanto mais a tragédia contada é cheia de luto, perseguição, tortura, mais o sadismo jurídico será satisfeito. Imagine que dinâmica pode desencadear isso paradoxo em uma mente já multi-traumatizada. O requerente de asilo com esse histórico de migração sente que é portador de umilegítima "sorte" ao qual ele deve estar quase agradecido. Mais detalhes, mais nomes e lembranças trarão à Comissão Territorial e mais possibilidades para obter o status desejado.

Fala-se muito pouco da dor de reviver diante de um comissário nunca visto antes, dos detalhes e das passagens que muitas vezes desmoronaram uma vida. Depois de um evento traumático, a mente se organiza da maneira mais barata possível, para que essa memória desapareça rapidamente. Os estímulos externos no aqui e agora que podem reparar o trauma são evitados e o sujeito desencadeia uma gincana emocional para não reativar o sofrimento.

Acontece frequentemente lá remoção completa de algumas passagens consideradas muito intensas: um detalhe, às vezes um trecho inteiro de sua história, é cortado. Imaginemos como isso poderia estar em contraste com o caminho legal que um requerente de asilo deve seguir, o que é levado a lembrar e permanecer nessa memória o mais lucidamente possível. Ele não pode se dar ao luxo de "evitar" o que o machuca, muito menos cancelar passagens importantes porque são funcionais para sua confiabilidade em relação ao Estado italiano. A ambiguidade desse caminho conturbado corre o risco de criar um curto-circuito na mente desses indivíduos, que muitas vezes, mesmo após a obtenção da proteção internacional, acham difícil integrar-se ao contexto atual, ficando presos exatamente nesse paradoxo: ser dominado pelo passado e ainda temos que agradecer por lhes dar uma chance no futuro.

 

Cláudia Notari

 

* Notas sobre o autor:
Claudia Notari é psicóloga, psicoterapeuta formada pela Universidade de Roma "La Sapienza" e formada pela Escola de Especialização SFPID com orientação psicodinâmica.
Ela é membro fundadora da Psy + Onlus e atualmente vice-presidente da mesma. Desde 2009, ele está envolvido em pesquisa e assistência psicológica na área de imigrantes e requerentes de asilo. Ele colaborou com várias escolas no território romano através de balcões de escuta para estudantes, familiares e professores. Desde 2017, ele trabalha em um projeto de ponte entre o Hospital Bambin Gesù, em Roma, e a casa da família "Davide Ciavattini", encarregando-se do bem-estar psicológico de familiares e crianças com patologias oncohematológicas.

 

migrantes, asilo, trauma, imigração, PTSD

  • Criado em .





Com sua ajuda, todos os dias

traduzimos o conhecimento da psicologia em projetos eficazes

para o bem-estar psicológico de cada pessoa

desde 2011 estamos comprometidos com a divulgação do bem-estar psicológico como direito de todas as pessoas

Via Gaeta 19 int.1 - 00185 Roma (Itália)
CF 97662640586 - IVA 12906461004
IBAN IT67Z0501803200000016828261

mantenha contato


Siga o Social PsyPlus